Wenceslau Cifka, Rossio, 1862. Coll. Lisboa Desaparecida, vol. 7.
Pintor, desenhador, litógrafo, ceramista, coleccionador de arte e fotógrafo, Wenceslau Cifka terá chegado a Portugal em 1836, por ocasião do casamento de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha com a Rainha D. Maria II, como uma espécie de consultor de arte, devido aos seus conhecimentos de arqueologia e obras de arte, tendo posteriormente adquirido preciosas colecções para a galeria do Rei.
Foi um dos pioneiros da fotografia em Portugal, tendo instalado um estúdio para retratos de daguerreótipo, na Rua das Necessidades, onde dava Lições de Photographia, tendo tido discípulos como Carlos Relvas e João Paulo Cordeiro Júnior, industrial de tabaco. Em 1851 participou na EXPOSIÇÃO PHILANTROPICA no Arsenal da Marinha, onde expôs onze quadros a Daguerreótipo.
Progressivamente foi utilizando novas técnicas, tendo ido aperfeiçoar-se a Paris. Efectuou diversas exposições de fotografia e, algum tempo depois, tornou-se fotógrafo da Casa Real. Após uma viagem pela Europa, que realizou juntamente com o Rei, ambos reforçaram o seu gosto pela cerâmica, e Cifka passou a dedicar-se, quase em exclusivo, à faiança artística.
Teve várias condecorações, entre as quais o hábito de Cristo, que usava, assim como cargos régios: Fotógrafo da Casa-Real - 1855; Reposteiro da Real Câmara - 1859; Cavaleiro da Ordem de Cristo - 1864.
Recebeu a Medalha de ouro na Exposição Portuguesa no Rio de Janeiro em 1879 e participou em diversas outras mostras como a Exposição Universal de Paris em Paris em 1878.
Wenceslau Cifka, Palácio da Pena, 1848.