Nome completo: Patrícia Isabel Janarra Machado Local e ano de nascimento: Elvas, 17 de Maio de 1981 Formação académica: Licenciatura em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; Pós-Graduação em Museu e Educação pela Universidade de Évora e Mestre em Museologia pela Universidade de Évora. Cargo actual: Téc. Sup. na Câmara Municipal de Elvas – Responsável Técnica pelo Museu de Arte Contemporânea de Elvas – Colecção António Cachola
Como foi o seu percurso profissional? Por onde começou e por onde passou?
O meu percurso profissional, até ao momento, esteve sempre ligado ao setor de Museus e Património da Câmara Municipal de Elvas.
Onde está hoje e o que faz?
Sou a responsável técnica pela gestão e programação do Museu de Arte Contemporânea – Colecção António Cachola e colaboro também com projetos e atividades do setor de Museus e Património da Câmara Municipal de Elvas.
Até ao presente e do ponto de vista profissional, qual elegeria como o projecto mais relevante que levou a cabo, para o sector do património?
Sem dúvida fazer parte da equipa de Museus e Património da Câmara Municipal de Elvas e ter vivenciado a Classificação de Elvas a Património Mundial. Foi a 30 de junho de 2012, na 36a Sessão do Comité do Património Mundial, que decorreu em São Petersburgo (Rússia), que a “Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações” passou a integrar a lista de bens classificados da Unesco.
E qual ‘aquele projecto’ que ficou por fazer ou completar?
Uma vez que a minha formação de base é a Antropologia, então obviamente que o objeto de estudo nunca se esgota... e por isso existirá sempre um projeto por fazer, um tema para investigar, um trabalho de campo para realizar...
Qual a experiência humana que mais o marcou ao longo da sua vida profissional (colega, chefe, grupo de trabalho)?
Desde o início do meu percurso professional tive o privilégio de estar integrada num grupo de trabalho, multidisciplinar, cujos principios primam pelo profissionalismo, pela motivação, empenho e visão de desenvolvimento cultural e, assim sendo, sempre foi possivel ultrapassar diversos obstáculos relacionados com recursos financeiros, materiais e humanos.
Em retrospectiva, e numa escala de 0 a 10, como classificaria o seu percurso profissional?
8
Se voltasse atrás, fazia algo diferente?
Não, todas as experiências contribuiram para o meu crescimento enquanto profissional.
Que conselho daria a quem está hoje a iniciar a sua carreira profissional nesta área?
Há muito trabalho para realizar nesta área, apesar de os ordenados e os contratos de trabalho não serem os mais atrativos, mantenham a motivação e a paixão pela investigação sempre com a tónica: “Conhecer para Preservar”.
O que deseja para o sector do património em Portugal, no presente e no futuro mais próximo?
Desejo que a investigação e o estudo do Património, material e imaterial, seja uma prioridade em Portugal, no sentido de permitir a existência de politicas de salvaguarda e de valorização com vista à preservação da identidade e da diversidade cultural das comunidades e do seu espirito de lugar. O Património permite evidenciar o que nos torna únicos e o setor do Turismo poderá aproveitá-lo como veiculo de desenvolvimento económico.
As sugestões de Patrícia Machado:
Citação:
«Somos as únicas criaturas que vivemos num mundo muito além das ameaças e das recompensas do nosso ambiente imediato. Vivemos num mundo construído por meio das histórias que contamos. Estas histórias chamam-se arte, ciência, religião, leis, organização política, educação, e muitas outras coisas, que têm sido tratadas de forma tão separada que chegamos a esquecer que todas concorrem para um mesmo objetivo: a construção, no tempo e no espaço, de uma rede de símbolos, chamada cultura» (G. Gerbner, 1990)
Gerbner, G. «Epilogue: Advancing on the Path of righteousness (may be)», in N. Signorelli e M. Morgan, eds., Cultivation Analysis: New Directions in media effects research, Newsburry Park: Sage, 1990.
Livro:
Rio das Flores de Miguel Sousa Tavares
Música:
O Melhor de Mim da Mariza
Projecto:
Convido a visitarem o Museu de Arte de Contemporânea de Elvas – Colecção António Cachola. Sem dúvida um projeto cultural de sucesso, desde 2007, que muito tem contribuindo para descentralizar o acesso à arte contemporânea fora dos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto.
* O texto desta entrevista foi escrito de acordo com o Novo Acordo Ortográfico.